Processos de meditação e atenção e suas correlações fundamentadas pela neuropsicologia e neurociência

 A meditação envolve funções emocionais e práticas de regulação da atenção. Envolve diferentes componentes da atenção, de processos cognitivos e de sensibilização. Estudo de Raffone et.al. (março/2010) sugere que os meditadores especialistas possuem controle do envolvimento cognitivo no processamento sensório-consciente, relacionando pensamento e conteúdos emocionais com abrangência de autoregulação representadas por áreas frontoparietal e insular no hemisfério esquerdo. Neste estudo o giro cingulado anterior e o córtex pré-frontal dorsolateral se apresentam com papéis antagonistas no controle de execução da atenção em tarefas de configuração de meditação. E finalmente, o estudo sugere que uma reorganização funcional dos padrões de atividade cerebral para a atenção focada e monitoramento cognitivo ocorre com a prática mental, acarretando uma neuroplasticidade com a meditação associada fundamentalmente a uma reorganização funcional dos padrões de atividade no córtex pré-frontal e na ínsula.

Estudos de Zeidan et.al. (junho/2010) demonstram que o treinamento da mente breve por meditação aprimora significativamente o processamento visuoespacial, a memória e funções executivas, sugerindo que por volta de quatro dias de treinamento da meditação pode melhorar a capacidade de sustentação da atenção.Kuntsi e Stevenson, 2001), também é influenciada por fatores tais como fadiga, e a familiaridade da tarefa (Aston-Jones, Rajkowski e Cohen, 1999). Déficit de atenção sustentada é um elemento essencial de várias doenças mentais, incluindo déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e esquizofrenia (Castellanos et.al., 2006, Winterer et.al., 2000). Trabalhos recentes têm ligado o compromisso da atenção sustentada nestes grupos de doentes a um aumento para a variabilidade de julgamento em tempo de reação e em respostas neurais (Castellanos et.al., 2006, Winterer et.al., 2000). Em indivíduos normais, também é possível se verificar uma frequência de lapsos de atenção, que exigem uma reorientação dos processos atentivos. Estes cursos de flutuações em atenção e a estabilidade são pensados para refletir as interações competitivas de tarefas independentes nos processos de trabalho (Kelly et.al., 2008, 

Sendo assim, fundamentada por diversos estudos, é viável aceitar a hipótese de que os procedimentos meditatórios (técnicas de meditação) podem ser utilizados como ferramenta para elevar a capacidade de processos atentivos e de tal modo reduzir a variedade de acidentes laborais ocasionados por déficits atentivos ou falta de atenção.

Karla Behring Cardoso 

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